Sumário
O capitalismo e socialismo
Após a segunda metade do século XX, digamos também após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial e a consequente divisão de seu território duas partes (Ocidental capitalista e Oriental socialista), o mundo também se encontrava dividido em dois blocos com sistemas políticos, sociais e econômicos opostos: o bloco capitalista (liderado pelos Estados Unidos) e o bloco socialista (liderado pela União Soviética). A seguir você verá esse conteúdo sobre capitalismo e socialismo explicado de forma bem clara.
Os países capitalistas possuíam um alinhamento a um sistema econômico caracterizado pela propriedade privada, de modo que os meios de produção são pertencentes a uma pessoa ou um grupo e trabalho assalariado, sendo portanto, o pagamento pela atividade desempenhada pelo trabalhador. Esse bloco recebia influência majoritária dos Estados Unidos da América (EUA).
Por outro lado, o bloco de países socialistas adotava por exemplo a estatização, sistema em que as terras e os meios de produção pertencem ao Estado, e também o pleno emprego, que é a garantia de emprego a todos os trabalhadores. Esse bloco era influenciado pela União Soviética (URSS).
Mais adiante falaremos as principais característica desses sistemas econômicos e também da consequente bipolaridade evidenciada no período em questão.
O sistema capitalista
O sistema econômico e social capitalista desenvolveu-se na Europa durante a passagem da Idade Média para a Idade Moderna, entre século XI e XV. Aos poucos sobrepôs o feudalismo e tornou-se predominante a partir do século XVIII.
Nos primórdios do capitalismo, a sociedade era marcada de modo mais nítido pelas relações sociais entre duas classes sociais: a burguesia e o proletariado. A burguesia, detentora dos meios de produção (máquinas, equipamentos e matérias-primas) que são necessários à produção de bens e mercadorias. Por outro lado, o proletariado é formado pelos trabalhadores que vendem sua força de trabalho em troca do salário.
Fases do capitalismo
De acordo com seu processo de desenvolvimento, podemos classificar o capitalismo em três fases: capitalismo comercial, capitalismo industrial e capitalismo financeiro.
Capitalismo comercial
Fase marcada pela produção artesanal, pelo desenvolvimento da manufatura e expansão marítima ocasionada pelas Grandes Navegações (século XV), que permitiu aos europeus chegar a territórios até então desconhecidos. Fica como sugestão de leitura complementar a publicação abaixo sobre Artesanato, Manufatura e Indústria.
Por meio das Grandes Navegações as potências europeias implantaram o sistema colonial no mundo, de forma que as colônias eram fonte de mão de obra escravizada, matérias-primas e metais preciosos, além de serem consumidoras de bens produzidos nas metrópoles.
Com o comércio de mercadorias e exploração colonial ao longo dos séculos XVI a XVIII, possibilitou-se a acumulação de capital pela burguesia.
A partir do final do século XIX, as potências europeias decidiram controlar definitivamente territórios asiáticos e africanos, processo denominado neocolonialismo. Nesse processo impuseram seus interesses, políticos e culturais, a partir da conquista de territórios por intermédio de relações diplomáticas, cooptação de líderes locais e forças militares. Com o neocolonialismo, consolidou-se a divisão do mundo em Ocidente e Oriente, marcada pela relação de poder e dominação europeia sobre o mundo oriental.
Capitalismo industrial
O acúmulo de capital propiciado durante a fase do capitalismo comercial, juntamente com as crescentes demandas do mercado, levaram os donos das oficinas manufatureiras a introduzir inovações na forma de produzir mercadorias. Tudo isso culminou com o surgimento da indústria. Como forma de agregar conhecimento, recomendo a leitura sobre o que foi a Revolução Industrial.
Capitalismo financeiro
É a fase atual, caracterizada pela integração entre capital industrial e capital bancário: indústrias incorporam ou criam bancos; bancos incorporam indústrias. O capitalismo financeiro se consolidou após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando as empresas associadas às instituições financeiras aumentaram sua influência.
Para desenvolver inovações tecnológicas e ampliar sua produção, as indústrias passaram a fazer grandes operações de crédito, de modo que o capital passa a não pertencer exclusivamente às indústrias ou aos bancos.
Assim sendo, uma forma das indústrias garantirem dinheiro para tais investimentos é vender as cotas de suas empresas – as ações – nas bolsas de valores. A compra de ações possibilita ao investidor obter lucro sem participar diretamente da produção de mercadorias.
Após um estudo mais aprofundado e detalhado do assunto, vamos a uma breve animação, que nos fornecerá um panorama de uma forma bem prática sobre o capitalismo e socialismo.
Características gerais do capitalismo
Veja abaixo os principais aspectos que definem esse sistema político econômico:
- Propriedade privada dos meios de produção -> Os meios de produção pertencem predominantemente a uma pessoa ou um grupo de pessoas. Em alguns países capitalistas, no entanto, o Estado detém os meios de produção em alguns setores e segmentos, como mineração, telefonia, siderurgia, etc.
- Economia de mercado -> é caracterizado pela atuação das empresas, que decidem, como, quando, quanto e onde produzir, estabelecendo o preço e as condições de circulação das mercadorias, baseando-se na lei da oferta e da procura.
- Lei da oferta e da procura -> os preços das mercadorias variam de acordo com a procura do consumidor e com a quantidade do produto em oferta, isto é, à venda. A medida que existe grande produção, o preço das mercadorias tendem a cair e por outro lado com produção baixa o preço tende a aumentar.;
- Concorrência -> Para obter maior rentabilidade possível e conseguir mais consumidores, as empresas buscam oferecer produtos a preços acessíveis à população. A concorrência amplia as opções de compra do consumidor e contribui com a redução de preços.
- Trabalho assalariado -> Por sua atividade, o trabalho recebe um salário, que, por sua vez, também é influenciado pela lei da oferta e da procura: se o número de empregos é superior ao número de trabalhadores, o valor do salário aumenta, do contrário, com alta taxa de desemprego, o valor tende a diminuir.
O sistema socialista
Podemos definir o socialismo como um sistema de organização política, social e econômica cujo objetivo é construir uma sociedade sem classes e sem desigualdade.
Para atingir isso, o sistema socialista defende a extinção da propriedade privada, de modo que o Estado passa a ter o controle da produção, com o compromisso de garantir a todas as pessoas a distribuição justa de bens e serviços, como saúde, educação e habitação.
Características gerais do socialismo
O socialismo prevê a adoção das seguintes políticas:
- Estatização -> As terras e meios de produção pertencem ao Estado, e este define o salário dos trabalhadores.
- Economia planificada -> As atividades econômicas devem seguir uma planificação idealizada e executada pelo Estado, que decide o que e como produzir, para atender às necessidades de bens e serviços de cada indivíduo da sociedade de modo geral.
- Pleno emprego -> Para executar suas várias funções e diminuir as desigualdades sociais, o Estado garante emprego a todos.
Vejamos a seguir também um pouco de modo o socialismo foi implementado na prática na União Soviética, na China e em geral no Leste Europeu.
Socialismo soviético
O primeiro país a adotar o socialismo como sistema socioeconômico foi a Rússia, após a Revolução Russa, em 1917. Em 1922, formou-se a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), constituída por 15 repúblicas, cujo poder central se concentrava em Moscou, na Rússia.
Após a Segunda Guerra Mundial, países do Leste Europeu, como Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária e Albânia, se aliaram ao regime soviético. A Iugoslávia e parte da Alemanha se tornaram membros do bloco socialista.
Esse modelo de governo instaurado, portanto, na União Soviética e Leste Europeu não seguiu as propostas originais do socialismo. Na prática, o regime acabou favorecendo uma classe de burocratas estatais que impedia o povo de participar das decisões políticas.
Socialismo chinês
Em relação à China, podemos considerar que se tem início o regime comunista em 1948, ano em que passava por uma Revolução Comunista que instaurou as bases do regime político vigente até hoje, sem que haja eleições e as decisões sejam tomadas de modo centralizado nas mãos dos dirigentes do Partido Comunista Chinês.
Após a revolução, o país passou a adotar políticas de desenvolvimento apoiadas na industrialização de base, coletivização de terras e planificação da economia. No entanto, a partir de 1978 o Estado chinês começa a incorporar iniciativas típicas do capitalismo, visando o desenvolvimento econômico.
Uma dessas medidas foi a criação de Zonas Econômicas Especiais (ZEE) em pontos estratégicos do país, onde são permitidas tais relações econômicas, de modo que atraíram muitas empresas transnacionais que passaram a atuar ali. Atualmente , a China é a segunda maior economia e possui características híbridas, com elementos típicos do socialismo e medidas econômicas capitalistas.
Habilidades da BNCC
EF09GE01: Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes tempos e lugares.
EF09GE10: Analisar os impactos do processo de industrialização na produção e circulação de produtos e culturas a Europa, na Ásia e na Oceania.
EF09GE11: Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes do processo de industrialização com as transformações no trabalho em diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.
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