
Sumário
Guerra Fria
Durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética foram aliados na luta contra a Alemanha nazista. Derrotado o inimigo comum, os antigos aliados se transformaram em adversários.
Assim, com o término da Segunda Guerra Mundial (1945), no dia 12 de março de 1947 tinha início uma guerra nova e diferente: a Guerra Fria.
A Guerra Fria (conflito político e ideológico – sem armas) tinha de um lado os Estados Unidos e do outro lado a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (atual Rússia), ambos disputando o poder mundial. Esta guerra durou até o ano de 1989.
EUA e URSS
Defendiam o capitalismo, a democracia, princípios como a defesa da propriedade privada e a livre iniciativa.
Defendiam o socialismo e princípios como o fim da grande propriedade privada, a igualdade econômica (uma sociedade sem ricos e pobres) e um Estado forte capaz de garantir as necessidades básicas de todos os cidadãos.
Durante o período da Guerra Fria, a Europa foi divida entre Europa Ocidental, influenciada pelos EUA e Europa Oriental, influenciada pela URSS (atual Rússia).
OTAN
A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) – (em inglês, NATO, sigla para North Atlantic Treaty Organization) é uma aliança militar liderada pelos Estados Unidos que hoje reúne 30 países da região do Atlântico Norte.
Foi criada em 1949, durante a Guerra Fria entre os blocos capitalista e socialista, em oposição à antiga União Soviética, que comandava sua própria aliança militar, o Pacto de Varsóvia. Seu objetivo é “garantir a liberdade e a segurança de seus membros por meios políticos e militares”.
O fim da URSS
Em 1991, ocorre o fim da União das Repúblicas Socialistas da União Soviética (URSS). Sem condições de acompanhar os avanços tecnológicos ocidentais e manter um nível de qualidade para a população, a URSS foi declinando lentamente e esse grande território que ocupava foi dividido em repúblicas independentes entre elas: Bielorrússia, Ucrânia, Estônia, Lituânia e Letônia. A partir de então, a Ucrânia voltou seus olhos para a Europa e seu interesse em ingressar na OTAN.
A expansão da OTAN
Enquanto a Rússia, ainda fragilizada, tentava se recuperar e se fortalecer no cenário geopolítico mundial, a OTAN avançava e se expandia influenciando regiões, que até então eram totalmente influenciados pela União Soviética – atual Rússia.
Membros que faziam parte da União Soviética, passaram a ingressar na OTAN (Estônia, Lituânia, Letônia), contudo, a Ucrânia apesar de mostrar interesse, ainda não fazia parte.

Reerguimento da Rússia
Nos anos 2000 a Rússia começa a se estabelecer e então surge um importante acrônimo chamado “BRIC” (mais tarde tornando-se “BRICS” com a inclusão da África do Sul) – termo utilizado para designar o grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa).
A Rússia começa a se fortalecer e o grande desejo do então Presidente russo Vladimir Putin é que a Rússia seja grande, importante, influente e poderosa, não somente na Europa, como também na Ásia.

A ameaça do mundo ocidental
Com o avanço da OTAN no leste europeu e a possibilidade também da Ucrânia em fazer parte dela, sendo esta um um país limítrofe com a Rússia, todo esse movimento passa a ser considerado como algo hostil e muito perigoso para a Moscou do ponto de vista geopolítico.
A Crimeia
A Crimeia sempre foi alvo de disputas ao longo da história da Ucrânia. Com o colapso da União Soviética (URSS), a Crimeia passou a fazer parte da nação recém-independente da Ucrânia, o que provocou tensões entre eles. Com a Frota do Mar Negro estacionada na província, a preocupação com a ameaça de conflitos armados ocorria ocasionalmente.
Em fevereiro de 2014, ativistas pró-Rússia invadiram prédios governamentais, tomando o controle. Soldados também tomaram bases militares na Península da Crimeia, dando total apoio aos separatistas. O presidente russo, Vladimir Putin, enviou tropas para a região sob a alegação de se tratar de uma parte inseparável da Rússia. Em março de 2014, a Crimeia foi anexada novamente pela Rússia.
Essa atitude, todavia, não foi legitimamente reconhecida nem pelo governo ucraniano e muito menos foi reconhecida pelos EUA e pela União Europeia.
Mesmo assim o território foi anexado à Rússia e os conflitos não foram de grande intensidade, uma vez que o governo ucraniano não possuía soldados e tropas em número suficiente para se opor à anexação e começar, de fato, uma rebelião.

Donetsk e Lugansk
Após a anexação da Crimeia pela Rússia, outras regiões e cidades da Ucrânia manifestaram-se a favor de uma separação do país.
A Rússia apoia rebeldes que lutam nessas áreas contra forças militares ucranianas e em 21 de Fevereiro de 2022, reconheceu oficialmente a independência de duas regiões separatistas na Ucrânia: Donetsk, Lugansk.
Inicia-se a guerra na Ucrânia
A partir de todo esse cenário elencado anteriormente, o presidente Russo, Vladimir Putin resolve atacar a Ucrânia. No dia 24 de fevereiro, de 2022, Putin anuncia que tropas russas estavam se movendo para a região de Donbass (leste da Ucrânia).
A localização estratégica da Ucrânia para Rússia
Por causa de seu passado compartilhado, o presidente russo, Vladimir Putin, afirma que “russos e ucranianos são um povo, um único todo“. A expansão da OTAN é encarada pela Rússia como uma ameaça militar. Para os russos, a Ucrânia é um território com o qual eles podem impedir o avanço de forças militares ocidentais.
Diferente dos países bálticos, a Ucrânia historicamente tem seu território extremamente dividido, com metade leste muito ligada à Rússia e a metade oeste com laços mais sólidos com a união europeia.
A Ucrânia é a fronteira ocidental da Rússia. Quando os russos foram atacados pelo oeste durante a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra Mundial, o território da Ucrânia os salvou. Inimigos tinham que percorrer mais de 1,6 mil quilômetros para chegar a Moscou. Se a Ucrânia cair nas mãos da OTAN, Moscou estaria a apenas 640 quilômetros deles.
Foi a Ucrânia que salvou os russos de Napoleão, portanto, se trata de uma zona de segurança que eles querem manter.

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Comentários
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